DROPS BorAlí | Ponte Maurício de Nassau e o dia que o boi voou

Na época da construção, a ponte tinha o dobro do tamanho da atual. Foto: Rafael Santos/BorAlí
Por Rafael Santos

Hoje nós vamos sair da rotina. Não vamos falar do Recife, e sim da Cidade Maurícia e seu boi voador. Calma, logo você vai entender.  No Recife holandês o conde, Mauricio de Nassau penou para que a empresa contratada na época conseguisse construir uma ponte que ligava o atual bairro de Santo Antônio ao bairro do Recife. Mas, alí não era qualquer ponte, seria a primeira de grande porte do Brasil.

Depois de receber uns “puxões de orelha” das autoridades de Amsterdã, questionando o atraso das obras, Maurício de Nassau assumiu como questão de honra erguer a construção e colocou recursos próprios para que a obra fosse finalizada.


Foto: Rafael Santos/BorAlí
Mas como atrair um maior número de pessoas para a inauguração de uma ponte e ainda ganhar com isso? Mestre dos arrumadinhos e criativo até demais, Maurício de Nassau teve uma ideia: fazer o boi voar. O conde tinha tanto prestigio que mandou espalhar os fato por todos os lugares. E não é que deu certo!?

Conheça também:

A notícia correu os quatro cantos, chegando até os engenhos mais distantes da região e no dia 28 de fevereiro de 1644 um grande público se reuniu nas margens do rio e o conde Maurício de Nassau tinha que cumprir sua promessa de fazer o boi voar.


Boi voando pode até não ter tido, mas a ponte foi de grande serventia para a população da época. Foto: Rafael Santos/BorAlí
Gênio, ele espalhou cordas e roldanas por sobre a estrutura da ponte, empalhou um boi de verdade e fez o bendito boi voar. Claro que todos notaram o truque e caíram na gargalhada, mas só pelo fato de ter reunido tanta gente para a inauguração de uma ponte, o conde já poderia se sentir muito feliz, certo!? Errado!

Com o pedágio para atravessar a ponte, somente no primeiro dia ele conseguiu arrecadar cerca de 20.800 florins (moeda da época) e, se sua imagem havia ficado manchada com as autoridades de Amsterdã, com essa verba, rapidinho a Coroa holandesa mudou de ideia.

A ponte liga os bairros de Santo Antônio e do Recife. Foto: Rafael Santos/BorAlí
Conversa pra boi dormir? Que nada, tudo foi relatado na crônica "O Valeroso Lucideno" do escritor português Frei Manuel Calado.
© Todos os Direitos Reservados BorAlí ©. Tecnologia do Blogger.